Todo dia eu questiono a
minha sanidade.
Eu tinha uma amiga que
ficava extremamente ofendida se alguém perguntasse se ela era doida.
Uma pergunta do tipo “Não vou fazer isso, tu é doida?” era
motivo pra ela fechar a cara. Bobagens à parte, no sentido de não
saber interpretar uma expressão coloquial, – afinal de contas,
duvido que as pessoas partam do pressuposto que os interlocutores
são, na verdade, mentecaptos, quando assim indagam – eu gostaria
de responder, sempre que possível, sim.
Não de possuir um
distúrbio psicológico que realmente atrapalhe o andamento da minha
vida (apesar de eu possuir certo fascínio pelos loucos – herdei da
minha mãe), mas eu não quero acordar um dia e descobrir que eu sou
uma pessoa “normal”. Da que vive pra comer. Da que acorda pra
trabalhar pra poder dormir pra poder acordar pra trabalhar. Ah não.
Ser nerd e estudante
de computação me põe na cabeça das pessoas como um robô. Acham
esquisito que eu tenha medos, que eu tenha alguma fé, que eu seja um
ser orientado pela paixão. Eu tenho e sou tudo isso. E eu tento expressar do jeito que consigo. Aliás, paixão é o impulso desse mundo.
Mas isso fica pra outro texto, um de comida, provavelmente.
Todo dia eu questiono
minha sanidade e eu espero nunca perder essa dúvida.